Não são só 11 contra 11. O futebol é sempre mais algo. Há mulheres de jogadores envolvidos. Há crianças à espera de alimentação. Há o adepto que paga a quota. Há o árbitro que recebe fundos-maneios. Há a pessoa que paga o lugar cativo no estádio. O futebol é um acto científico. Não é só rematar à baliza. Se fosse só isso, preferia assistir a esse programa que a RTP passou há uns anos, o "Golo, Golo, Golo", em que os guarda-redes davam dinheiro a instituições de solidariedade.
O futebol é mais. É o José Marinho a elogiar a gravata do José Mourinho. É o Rui Orlando a demorar três segundos a ejacular com um remate do Rui Borges. É o Schevchenko a não conseguir marcar golos no Chelsea, sem ser ao Liverpool, mas mesmo assim perder a Community Shield. Ou o Boa Morte a estar lesionado seis semanas.
O futebol são números tornados em paixão. É um remate à baliza que vira um couro cabeludo puxado com força. É um gole numa cerveja a tentar acalmar depois de um remate do Tiago (Lyon) ligeiramente ao lado. Ou um sorriso irónico depois de uma defesa com estilo do Carlos (Steua de Bucareste).
O futebol é matemática, como disse ali em baixo o Ângelo. São pontos. São diferenças de golos. É posse de bola. São cartões amarelos, ou vermelhos (que podem impedir os bons jogadores de participar numa eliminatória da Liga dos Campeões). São pulsações por minuto. São mais bolas que entram numa baliza do que noutra. São dados. São números. Neste espaço encontram-se justificações. Muito ou pouco ridículas. Este blog é, por certo, um ábaco do futebol.
BM (Bruno Martins)
Rock In Rio
Há 14 anos
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