segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Augusto Inácio e os demais técnicos lusos

Já se esperava. Nunca ninguém, por mais optimista que fosse, pensou que Inácio teria sucesso no Ionikos. Ok. Agora dizem que faltavam condições, o clube perdeu pontos por indisciplina do próprio presidente, não havia dinheiro para reforços. Mas porra pá! Todos nós sabiamos que, ali, Inácio não ia ter sucesso.

Só Inácio não sabia. Tenho pena que assim seja.

Em Portugal há um problema muito grave que passa pela incapacidade de cumprir e desenvolver projectos. Inácio subiu, e bem, com o Beira-Mar à primeira divisão nacional. Contratou alguns jogadores com qualidade, outros nem tanto, mas estava na luta. De repente está na Grécia. Viajou 4 horas de avião, com escala em Milão pelo meio. Sei disso porque fui lá este mês.

Num destes dias li que Mariano Barreto estava na Rússia, na qualidade de treinador adjunto. Pergunto-me, a fazer o quê? Agora é o novo técnico da Naval. Em Outubro do próximo ano já não lá deve estar. Não conseguiu ganhar em casa por três vezes, por isso é demitido.

O Setúbal dá vontade de rir. Não vou falar muito deles. Penso é que Carlos Cardoso não podia mais treinar o Vitória de Setúbal. Já não faz sentido. É bom agora, mas não vai ser quando a época acabar. É injusto para Cardoso, esse adepto do 4-3-3 dinâmico.

Temos ainda o caso Carlos Carvalhal. Treinador arrojado, novo, que gosta do futebol de ataque, mas é mesmo só isso. Ao sair do Braga e ingressar no Beira-Mar, disse que não era um passo atrás na carreira. Ok. São opiniões ou perspectivas. Mas assim não vai muito longe.

O Belenenses tem sempre um projecto a longo prazo que acaba sempre a curto prazo. Agora está lá Jorge Jesus a desenvolver os seus conceitos tácticos, antes foi Couceiro, sempre com um sorriso na face, não nos lábios. Enfim...

Assumo que não gosto nada da forma como Jaime Pacheco trabalha as suas equipas. Dá a sensação de, nos treinos, Pacheco não ensaiar jogadas de ataque. Mas assim seja. Se o Boavista não consegue encontrar outro, que fique com este por alguns anos. Pode ser que, mesmo não repetindo a gracinha de 2000/01, seja de novo uma equipa com algum sentido. O mesmo é dizer, deixem-no estar lá uns dois anos pelo menos. Nada têm a perder.

O último clube que adoptou esta estratégia foi o Braga e com os resultados que se conhecem. Destronou o Boavista na guerra do "4ºgrande", foi às competições europeias três anos consecutivos e está agora na Taça UEFA. Jesualdo começou a obra, e Carlos Carvalhal deveria tê-la continuado. Mas disso já falei mais em cima.

O professor Neca, no Desportivo das Aves tem uma vantagem que os outros técnicos portugueses não têm. Ou seja, tem uma direcção que é suficientemente inteligente para perceber que outro treinador no lugar de Neca faz exactamente a mesma coisa: NADA.

Daúto Faquirá está no Estrela da Amadora. Está porque António Oliveira quis fazer carreira no Setúbal, de onde entretanto já saiu. Este português, ou marroquino ou iraquinano é o campeão do fair-play. Não vai descer com o E.Amadora, mas também não sabe desenvolver projectos. Se os outros clubes reforçarem-se correctamente para a época 2007/08, o Estrela vai, com toda a certeza, descer. Aí, sairá Daúto e entrará Jorge Jesus, que sai do Belenenses no defeso, por incumprimento de alguma coisa.

Uma palavrinha para o Paços de Ferreira de José Mota, que tem tido uma presença no clube mais ou menos constante. O único problema é que, por vezes, José Mota pensa que vai treinar algum clube de renome internacional e rescinde o contrato, ficando livre para receber abordagens. E é aqui que se percebe que ninguém quer José Mota e ninguém quer o Paços de Ferreira.

Por isso, faço aqui um apelo lá para os lados da capital do móvel:

- José Mota, não rescindas o contrato no final da época. É melhor renovar
- Direcção do Paços de Ferreira: Não procurem ninguém. Melhorem o contrato de Mota.

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1 comentário:

Anónimo disse...

Realmente temos treinadores que são zeros.