Numa noite quente de Sevilha, Anderson Luiz bateu à porta do quarto 307, onde estava Paulo. Estavam os dois muito entusiasmados com a vitória dessa tarde, no estádio Olímpico. O clube de futebol onde pontificavam tinha acabado de ganhar um importante troféu.
Paulo estava a descansar. Tinha acabado de sair do duche e apareceu à porta em roupão. Sorriu ao amigo e mandou-o entrar. Para lhe dar um abraço. Mais um. E uma congratulação pela vitória.
Anderson Luiz agradeceu. Entrou, descalçou-se, olhou para cima da cama de Paulo, onde estava um cesto de frutas. Ameixas, uvas, ananás. Na mesa de cabeceira estava um balde de gelo, a escorrer humidade para a madeira. Lá dentro, a refrescar, uma garrafa de Moet Chandon e dois flutes de champagne. "Queres celebrar?", perguntou Paulo, enquanto esfregava a cabeça, ainda encharcada água, inclinando-a para o ombro esquerdo, de forma a ter maior alcance na nuca.
Anderson sorriu. Tirou a t-shirt, colada ao corpo devido ao suor, fruto do calor da Andaluzia. "Istou sempre pronto para fêstejar", retorquiu Anderson, com sotaque brasileiro, a roçar o português.
O brasileiro meteu a mão ao gargalo e fez saltar a rolha, jorrando o líquido do triunfo pelo quarto. O resto já se sabe. É o amor.
Passado nove meses nasceu um menino. Chamaram-lhe Jorge. Jorge Fucile.
Filho de Paulo:
com Anderson Luiz.
BM
Rock In Rio
Há 14 anos
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